José Medeiros de Lacerda

Leia poesia - A poesia é o remédio da alma

Textos

O CAPETA DA VILARINHO
A Avenida Vilarinho
Na região de Beagá
Com seis quilômetros e meio
Famosa por abrigar
Muitas festas populares
Com forrós, bailes e bares
Pra se beber e dançar.

A história que eu vou contar
Apesar de ser banal
Já faz parte do folclore
E da cultura local
Em Venda Nova surgida
E ficou bem conhecida
Como sobrenatural.

O marco inicial
Desta minha narração
Começa na Vilarinho
Em uma competição
De dança, estando em pauta
O grande Ricardo Malta,
O melhor da região.

Ricardo era o campeão
De dança nesse setor
Qualquer concurso enfrentado
Sempre saiu vencedor
Mas nesse da Vilarinho
Tinha uma pedra no caminho
E nessa ele tropeçou.

O concurso começou
Havendo eliminação
Os dançarinos saíam
E sem interrupção
Ia esvaziando a pista
Até que só um passista
Estivesse no salão;

Seria o campeão
O passista derradeiro
Mas nessa competição
Surgiu um forasteiro
Dançando, se divertindo
Com Ricardo competindo
Pra derrotar o primeiro.

Malta e o forasteiro
Continuaram no salão
Tornando mais acirrada
Aquela competição
Com o estranho ganhando
E Ricardo revidando
Era grande a animação.

No fim da competição
O estrangeiro ganhou
Jogou o chapéu pra cima
E todo mundo notou
Entre taciturno e mudo
Que o sujeito era chifrudo
E a notícia se espalhou.

O alvoroço tomou
Conta ali do pessoal
O cara notando o pânico
Se evadiu do local
No meio da confusão.
E existe outra versão
Desse sobrenatural.

Chegou um Alex de Tal
Num baile na Vilarinho
Se acercou de uma moça
Todo cheio de carinho
Convidou-a pra dançar
Então resolveu ficar
Com ela o baile inteirinho.

Nessa noite a Vilarinho
Da história não mais saiu
Pois quando o sujeito estava
Dançando o chapéu caiu
Dois chifres apareceram
E os dançarinos correram
Porque todo mundo viu.

Quando o seu chapéu caiu
O moço, devagarinho,
O apanhou envergonhado
Foi saindo de fininho;
Seus chifres apareceram
E nunca mais esqueceram
O Capeta da Vilarinho.
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 10/08/2025
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