José Medeiros de Lacerda

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Textos

LENDA DO FANTASMA DA SERRA

Tenho escrito muitas lendas
Dos lugares que frequento
Seja comercializando
Participando de evento
E sempre onde eu chegar
De lenda escuto falar
E escutando fico atento.

Tomando conhecimento
Me disponho a versejar
Sem distorcer a história
Para melhor agradar
Em cordel vou editando,
Agora estou pesquisando
As lendas de Beagá.

Há muitas lendas por lá
Para o povo conhecer
Loira do Bonfim, Papuda
Que segundo ouvi dizer
Uma maldição encerra,
E do Fantasma da Serra
Também pretendo escrever.

Pelo que eu ouvi dizer
Uma misteriosa figura
Vive pelo bairro Serra
Essa incrível criatura
De preto uniformizado
Com um guarda-chuva de lado
E exibe boa estatura.

Essa estranha criatura
Seria um ex-servidor
Do Governo do Estado
Que depois se aposentou,
Melhor, foi aposentado,
Depois de ser retirado
De onde sempre trabalhou.

O governo lhe tirou
De Ouro Preto onde morava
Pra ajudar na construção
Da cidade que estava
Nascendo com o ideal
Ser a nova capital,
E isso ele não gostava.

Preferia como estava
Contra isso protestou
Por isso foi demitido,
Nem sei se se aposentou
Com um desgosto incontido
Depois de ser despedido
Pouco tempo mais durou.

Foi ai que ele virou
O Fantasma da meia noite
Vagando pela cidade
Com o vento fazendo açoite
Como um pobre desvalido
Sem nunca ter conseguido
Um lugar para pernoite.

Passando da meia-noite
Surge essa assombração
Fica escorada num poste
Nada lhe chama atenção
Com o seu chapéu atolado
Sua bengala de lado
E o guarda-chuva na mão.

Dizem que esta aparição
Surgiu nos anos noventa
Do século mil e oitocentos
Sempre a mesma vestimenta
Em pé num poste da praça
Observando quem passa
Mas a ninguém cumprimenta.

O local que mais frequenta
É sempre a Rua do Ouro
Nosso Fantasma da Serra
É ave de mau agouro
Com nada se manifesta,
Mesmo quando alguém protesta
E o cobre de desaforo.

A famosa Rua do Ouro
Ganha um toque de mistério
Com aquela estranha figura
Saída de um cemitério,
Mês de junho é tradição
Mesmo com essa aparição
Mas ninguém mais leva a sério.
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 10/08/2025
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