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LENDA DE MACUNAÍMA
Muitas lendas se conhece
Outras se ouve contar Umas nascem por acaso De tanto se ouvir falar Lendas urbana e rural Do mar ou do matagal Há lenda em todo lugar. Quando eu escuto falar De numa lenda diferente Pesquiso para estudá-la A fundo em seu ambiente E sinto imensa alegria Quando a transformo em poesia, Em um cordel, certamente. Estive recentemente Em Roraima cordelando Fiquei muito admirado Com o que lá fui encontrando Um Estado tão pequeno Porém de lendas é pleno E o povo acreditando. Ainda lembro de quando Em um hotel eu cheguei Um povo impressionado Em desespero encontrei Porque naquela manhã Esteve um tal de Mimirã No quarto em que eu me hospedei Mais assustado fiquei Com aquela crença pagã O povo muito assombrado Com esse tal de Mimirã Só depois eu descobri Que é uma lenda Macuxi, Devotos do Deus Tupã. Cruviana, Mimirã, Terra Ôca, Tepequém, E até Macunaima É uma lenda também Presente naquele Estado, Cujo significado É coisa que não faz bem. É um espírito do além Contrario ao Deus Tupã, De origem Macuxi, A mesma do Mimirã, Que num excesso de loucura Saiu no mundo à procura De sua Muiraquitã. Foi uma procura vã Para sempre ele a perdeu A sua história completa Mário de Andrade escreveu E no cinema fez média Com divertida comédia Que o povo não esqueceu. Mário de Andrade escreveu A história à sua maneira Para enriquecer o livro E a Cultura Brasileira O cinema retratou Porém ninguém relatou A história verdadeira. Em poesia brasileira Eu quero aqui retratar Quem era Macunaíma, O que aconteceu por lá Em sua tribo, afinal, E essa fama de mau Precisa se desmanchar. Quando o tiraram de lá Foi só na imaginação Ele nunca se ausentou Do seu querido rincão, No livro Macunaíma Mário de Andrade imagina Mas é tudo ficção. Pra defender sua nação Do inimigo invasor Convocando seus guerreiros Macunaíma lutou Defendendo sua terra, Saiu ferido da guerra Mas o intruso expulsou. Ao ferir-se se ausentou Do seio de sua gente Subiu o Monte Roraima Pra descansar, finalmente, E se fez acreditar Que até hoje está lá E dorme profundamente. Na crença de sua gente No dia que ele acordar Voltar para o seu povo E tudo presenciar, Se não gostar do que ver O seu povo vai sofrer, Pois ele vai se vingar. Ele nunca voltará Continuará lá em cima Dormindo o eterno sono; E fechando minha rima Se for haver punição Os índios conhecerão A ira de Macunaíma.
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 10/08/2025
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