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A LENDA DA CRUVIANA
Quando eu era bem mais moço
Conheci Dotor Raiz Figura desmiolada Mas sempre muito feliz Tudo que ele queria As coisas aconteciam Da maneira que ele quis. Saudoso Dotor Raiz... Gostava de versejar Lembro que ele cantava: «Um dia vou arranjar Uma namorada bela Para passear com ela Nas cruviana do mar.» Aquele seu linguajar Eu achava interessante A palavra cruviana Eu já tinha ouvido antes Chamavam de redemonho, Diziam que era o demônio Em sua roda gigante. Às vezes era vibrante Ou uma brisa macia Muitas vezes vento brando Outras tantas ventania Forte, fresco, fraco, lento, Furacão, chuva de vento, Se é que o vento chovia. O meu pai sempre dizia No seu jeito de falar Que cruviana era o vento Que faz as águas rolar, Por isso Dotor Raiz Cantava muito feliz As «cruviana» do mar. Eu estou sempre a viajar Nesta vida soberana Ouvindo novas histórias Escutando a mente humana, Andando aqui e ali Em Roraima eu descobri A Lenda da Cruviana. Um lenda soberana No roraimense conscisa A linda Deusa do Vento Que se transforma em brisa E seduz os forasteiros Com beijos madrugadeiros Mesmo na hora precisa. Mas é uma falsa brisa Difícil de se explicar Forasteiro está dormindo Então começa a sonhar Que ele está aprisionado Por um poder dominado Sem ninguém para o ajudar. E só para de sonhar Quando o dia clareou Recorda apaixonado Sem lembrar do que sonhou Porém se sente atraído Como alguém que tinha ido E nunca mais retornou. Também nunca mais sonhou, Continuou sem lembrar A cruviana se foi Sem nenhum sinal deixar Com seu sonho feiticeiro Atrair mais forasteiro Para fazê-lo sonhar. A cruviana do mar, Dita por Dotor Raiz, Não é como a de Roraima Pois, segundo a lenda diz, Quem com ela já sonhou Pra casa não mais voltou Porem acordou feliz!
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 10/08/2025
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