José Medeiros de Lacerda

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Textos

A LENDA DO MANACÁ
Numa terra bem distante
Onde as flores encantavam
A todos pela beleza
O rei que a todas amava
Aos súditos reuniu
E novas flores pediu
Que ele as admirava.

Em todas casas plantavam
As variadas sementes
E cada vez mais nasciam
Novas flores diferentes
E ao rei as oferecia
E ele agradecia
De maneira comovente.

Nesse ano, de repente,
O rei criou um evento
Ele tinha duas filhas
Em idade de casamento
Bonitas, maravilhosas
Se confundiam com as rosas
Que o rei mantinha a contento.

Criando-se o tal evento
O rei pediu que plantassem
Novas flores diferentes
E em vasos cultivassem
Com muita dedicação
Na época da floração
Para o reinado as levassem.

Se alguma flor conquistasse
Das filhas o coração
A princesa casaria
Com o jardineiro em questão
A moçada se animou
E mais a mais se empenhou
Naquela competição.

Numa casa, dois irmãos
Que vivam empenhados
A produzir belas plantas
Estavam sempre ocupados
Resolveram competir
Algo novo produzir
E levar para o reinado.

Tiveram bons resultados
Com duas flores iguais
Mas em cores diferentes
Uma branca outra lilás
E teriam que levar
Para o rei avaliar
De qual gostaria mais.

Irmãos não vão ser rivais
Em nenhuma situação
O instinto fraternal
Falou alto ao coração
Os irmãos Man e Acá
Não poderiam entrar
Naquela competição.

Mesmo com obstinação
E vontade de vencer
Um não queria ganhar
Pra ver o outro perder
Mas tinham que competir
Teriam que refletir
E pensar no que fazer.

Não tinham tempo a perder
Com suas flores iguais
Man semeou a flor branca
Acá tinha a flor lilás
A branca tinha mais valia
Com certeza ganharia
Seguindo as leis naturais.

Man não quis competir mais
Fez um plano inteligente
E à noite, quando dormiam
Ele trocou as sementes
Nos vasos já semeados
E assim os resultados
Seriam bem diferentes.

Man achou que a semente
Da flor branca ganharia
E assim trocou as sementes
Pois o irmão merecia
Era mais velho e sensato
Deixasse vencer de fato.
No outro ano competia.

Uma fada que assistia
Ficou repleta de amor
Com a atitude do irmão
E as sementes misturou
Que o jovem Man merecia
Esse pleito não podia
Ter somente uma ganhador.

Enfim o dia chegou
E os jovens Man e Acá
Com o nome em cada vaso
Precisavam transportar
As plantinhas ao palácio
Pois ficaria mais fácil
As filhas do rei cuidar.

Elas iriam regar
Até todas florecer
No final da floração
Poderiam escolher
Se de uma flor se agradasse
Com o dono da flor casasse
E os dois felizes viver.

Pois aquele proceder
Das flores branca e lilás
Que a fada misturou
Nos jarros tempos atrás
Porque se emocionou
A mistura funcionou,
Nasceram flores iguais.

Flor na cor branca e lilás
Iguais também nos formatos
Na maciez, no perfume
Com pigmentos exatos
Só que de duas sementes
Jardineiros diferentes
Nos dois vasos e nos tratos.

Foi o perfume e os formatos
Que chamavam atenção
Do rei conquistou as flores
Das filhas o coração
Era chegado o momento
De celebrar casamento
E festa na região.

Na identificação
Estava escrito os nomes lá
Um tinha o nome de Man
O outro se chamava Acá
Foram as flores vencedoras
E a notícia promissora
Coube ao rei anunciar.

Eles iam se casar
Com suas duas princesas
As flores teriam um nome
Dado pela realeza
Juntou o Man e o Acá
E chamou-se Manacá
Pra enfeitar a Natureza.

As grinaldas das princesas
Com flores branca e lilás
Casaram-se os dois com as duas
Foram felizes de mais
Naquele reino hoje em dia
Reina a paz e a harmonia
À sombra dos manacás.
Brasília, 12 de Setembro de 2021
SÉRIE LENDAS BRASILEIRAS - VOLUME 19
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 20/11/2022
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