José Medeiros de Lacerda

Leia poesia - A poesia é o remédio da alma

Textos

JOÃO E O PÉ DE FEIJÃO
Era uma vez um garoto
Que se chamava João
Vivia com sua mãe
Em terrível privação
Numa pequena casinha
E nada mais ali tinha
Para alimentação.

A única solução
Era procurar vender
Uma vaquinha que tinham
Pra não deixá-la morrer
Porque leite já não dava
Se para eles faltava
Ela iria sofrer.

João saiu para vender
A vaca de estimação
Porém ninguém quis comprar
E a única solução
Que encontrou foi trocar
Para poder se livrar
Daquela situação.

Lhe aparece um cidadão
Que se dizia vidente
E chamou João pra trocar
A vaca em cinco sementes
De feijão mágico que iria
Livrá-lo da agonia
Deixar de ser penitente.

João saiu muito contente
Levando os grãos de feijão
Mas quando chegou em casa
Ganhou da mãe um sermão
E furiosa pegou
As sementes e jogou
De porta a fora no chão.

Coitado do pobre João!
Estava tão animado...
Vendo sua mãe zangada
Foi dormir muito frustrado
Mas que desengano trágico!
O homem disse que era mágico...
Será que foi enganado?

Mas como diz o ditado,
Quem a Deus sempre é fiel
Vence qualquer sacrifício
E João não era incréu.
Sempre teve confiança
Em Deus e com esperança
Desempenhou seu papel.

Nosso Senhor lá no céu
Que a seu drama assistiu
Resolveu dar uma mãozinha
E de lá de cima viu
Quando a mamãe de João
Desprezou todo feijão
Cometendo desvario.

E enquanto João dormiu
O seu feijão germinou
Cresceu repentinamente
Que até no céu chegou
Com toda capacidade,
Era mágico de verdade,
O homem não lhe enganou.

E quando João acordou
Que viu aquela beleza
Só podia ser por mágica
Ou obra da natureza.
E já subiu com alegria
Pra ver até onde ia
Aquela linda surpresa.

Pelas nuvens, com certeza,
Subindo João passou
E o lindo pé de feijão
Mais verde ainda ficou
No azul se destacando
E o menino escalando
Até que no céu chegou.

Um mundo lindo encontrou
E ficou mais deslumbrado
Por entre o branco das nuvens
Viu um castelo encantado
Para lá se dirigiu
Mas uma mulher o impediu
Lhe advertindo: - Cuidado!

Nesse castelo encantado
Mora um monstro muito ruim
Só ainda não matou-me
Porque precisa de mim.
Ele está dormindo agora,
Se acordar lhe devora
E terás um triste fim.

De repente o monstro ruim
Começou a despertar
Ela escondeu o garoto
Pra ele não o encontrar
E foi para o fogão
Preparar uma refeição
Para o alimentar.

Mas o monstro a farejar
Sentiu cheiro de criança
E não parava discreto
Com aquela desconfiança
Começou a procurá-lo
Pois tinha que encontrá-lo
Pra fazer uma matança.

A mulher, com confiança,
Tenta acalmá-lo a sorrir
Ele tinha se enganado
Que procurasse dormir
Deixasse de desatino.
Como é que um menino
Chegaria até ali?

Para fazê-lo dormir
Manda uma galinha botar
Um grande ovo de ouro
Pra sua riqueza aumentar
E a harpa encantada
Tocar uma linda toada
Para ele se acalmar.

João saiu do lugar
Onde estava a se esconder
Pegou a galinha e a harpa
Sem a mulher perceber
Correu com sofreguidão
Chegou no pé de feijão
E começou a descer.

Mas quando estava a correr
Fez um barulho danado
Com isso o monstro acordou
Deu um esturro danado
Não viu a sua galinha
Nem a harpa e viu que tinha
Por alguém sido roubado.

E saiu descontrolado
A procura do ladrão
Na busca ele avistou
Aquele pé de feijão
Por onde João desceu
Então ele resolveu
Descer em perseguição.

Mas o menino João
Há tempos tinha descido
Quando chegou lá em baixo
Foi esperto e precavido
O pé de feijão cortou
E o monstro despencou
Caindo desfalecido.

João, agora prevenido
Conseguiu felicidade
Aqueles ovos de ouro
Lhe deram prosperidade
Com sua mamãe querida
Tiveram uma nova vida
E fartura de verdade.

Riqueza e felicidade
Não é fácil conseguir
as com determinação
Chega-se a um novo porvir
Riqueza vem com o trabalho
Honestidade é o atalho
Para feliz se sentir.

João precisou sair
Do mundo que se criou
E entrou no mundo dos sonhos
Que a fortuna encontrou.
Uma riqueza inventada
Em outro conto de fada,
E a história terminou.


Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 08/12/2021
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