A PRINCESA E A ERVILHA
Certa vez, era uma vez
No reino do Quem Vai Lá Um príncipe que estava triste Porque queria casar E para maior tristeza Não havia uma princesa Que ele pudesse encontrar. Procura em todo lugar Por reinos distante ou perto Procurava na floresta Não achava no deserto Não havia imagem ou vulto Em esconderijo oculto Ou em local descoberto. Mas ele tinha por certo Que ainda chegava o dia Da sua felicidade E também encontraria Uma princesa ideal Pra completar o casal,. Sabia que ela viria. O rei, seu pai, pertencia A uma linhagem fina Pra manter a tradição Não casaria por sina, Casar-se na realeza Tinha que ser com princesa E não com qualquer menina. Mas por tradição ou sina Parecia retrocesso Pois o destino do príncipe Devia estar em recesso Pra seu descontentamento Em termos de casamento Ele não tinha progresso. A ladeira do sucesso É difícil de escalar Para conseguir subí-la Tem que ser bem devagar Passo a passo, com cautela, Pra que se chegue ao fim dela; Assim é fácil alcançar. O príncipe a desanimar Mas mantinha a esperança Pois, como diz o ditado, Quem espera sempre alcança Assim pensando vivia E de chegar o seu dia Ele tinha confiança. Não é que sua esperança De repente floresceu! Certa noite uma princesa Em sua porta bateu Chegou bonita e chorosa A noite estava chuvosa E o caminho ela perdeu. Logo o rei a recebeu Arisco e desconfiado Ela disse: - Eu sou princesa De um distante reinado Passava aqui por ventura, Com a noite chuvosa e escura Eu me perdí do criado. Estou num sufoco danado Por favor, me deixe entrar, Estou cansada e faminta Só preciso descansar De mim não precisa medo, Porque amanhã bem cedo Hei de o caminho encontrar. O rei a deixou entrar Ofereceu-lhe guarida Mandou que a enxugassem E que lhe dessem comida Depois saiu a contento Providenciar aposento Para uma boa dormida. Com a mente precavida De humor se desvencilha A história da princesa Podia ser uma armadilha Para não haver questões Preparou sete colchões E pôs embaixo uma ervilha. Se é de nobre família Vai ter sensibilidade, No momento da dormida Vai sentir dificuldade Não consegue adormecer; E se isso acontecer É princesa de verdade. E a sensibilidade Na princesa apareceu Algo a incomodava E ela não adormeceu, Noite inteira a se bolir Nada do sono surgir Até que adormeceu. No rosto transpareceu Aquela noite acordada Se dormisse a noite inteira Estaria descansada, Mas no aspecto que estava A palidez demonstrava Que ela não dormiu nada. Vendo a face descorada O príncipe lhe perguntou Se havia dormido bem Ela então se desculpou Respondeu que não dormiu Pois na cama ela sentiu Algo que a incomodou.. O rei então comprovou Nas respostas que ela dava Que era mesmo da nobreza Seu gesto não enganava, E sendo uma princesa Era com toda certeza A nora que procurava. Nenhuma dúvida restava As coisas se esclareceram Os dois se apaixonaram Os pais também concederam Logo estavam casados Juntaram-se os dois reinados E para sempre viveram. Os autores escreveram Esse texto narrativo Deram também à história Sentido investigativo E colhendo informação Pra fazer a narração Deu cunho dissertativo. A ervilha é o motivo De existir dissertação Pois sendo um grão tão pequeno Menor até que um feijão E sob sete colchões Não haveriam razões Pra tanta incomodação. Mas a valorização Da espiritualidade Mostra que a realeza Tem mais sensibilidade Em cada história contada E todo conto de fada Sempre mostra uma verdade. Coragem, dignidade, Era o que o príncipe buscava Na verdadeira princesa Por isso ele não casava Pra formar sua família E com a ajuda da ervilha Achou o que procurava. A ervilha representava As várias opiniões Presentes na realeza Ao passo que os colchões Em quantidades diversas Representa as controversas Camadas de distrações. Formem suas opiniões Pois isso não cabe a mim Historinha é passatempo Conto de Fada é assim, Diversão ou brincadeira Inventada ou verdadeira, E essa chegou ao fim.
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 08/12/2021
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