A PRINCESA E O SAPO
Era uma vez uma princesa
De um reino muito distante Passava as tardes brincando Com alguns animais falantes E sua bola de ouro Um verdadeiro tesouro Que recebeu do infante. Com seu vestido brilhante Cheio de pedras preciosas Correndo em volta de lírios, De margaridas e rosas, Ela se deliciava Com as aves que cantava E outras flores cheirosas. Numa manhã nebulosa Um dia estando a brincar No jardim do seu castelo Deixou a bola escapar A bola saiu rolando Pela grama deslizando E ela tentando escapar. Mas antes de alcançar Sua bola deslizou Caindo dentro do lago No mesmo instante afundou Ela só ficou olhando O seu brinquedo afundando E muito triste ficou. Para seu vestido olhou Cheia de preocupação Se ela entrasse no lago Seria a destruição Daquela roupa dourada, Ficou chorando, frustrada, Com aquela situação. Viu uma movimentação Na água que se agitou Entre chorosa e assustada Surpresa ela observou Alguém no lago nadando Um sapo vinha chegando E dela se aproximou. O sapo então perguntou Vendo a princesa sofrer Que motivo ela teria Para tanto padecer; Em uma linda princesa Não caberia tristeza Por isso ele quis saber. A linda princesa ao ver Que o sapo se comoveu Contou a história da bola Que no lago se perdeu Quando ela estava brincando A bola saiu rolando E ali desapareceu. «Para entrar no lago eu Meu vestido ia molhar» O sapo lhe perguntou: «Você não sabe nadar?» «Eu sei, mas não faz sentido, Meu valioso vestido Com certeza ia estragar.» S - Eu até posso pegar Se você quiser assim. A princesa perguntou: P - Você faz isso por mim? S - O que você me dará Em troca se eu pegar? - O sapo pergunta, enfim. P - faça esse favor pra mim - Ela responde chorando - Dou o que você quiser. O sapo foi se animando E disse - Eu quero um amigo Que possa jantar comigo E me ouça de vez em quando E quando me ver chorando Me afague como eu sonhei Com um beijo de boa noite Coisa que eu nunca ganhei Que se deite do meu lado Durma sem está assustado Pois sou muito feio, eu sei. Ela disse: - Eu aceitei Toda e qualquer condição! O sapo pulou no lago Voltou com a bola na mão. Todo feliz e lampeiro E lhe entregou bem ligeiro Cheio de satisfação. Com o objeto na mão Ela saiu a correr Em direção ao castelo Sem sequer lhe agradecer Cometendo desagrado Deixando o sapo frustrado Triste com seu proceder. O sapo gritou, «você Prometeu com garantia Recompensar-me com um beijo E eu fiz o que me pedia Pra feliz você ficar Não podia acreditar Que uma princesa mentia.» A partir daquele dia O sapo lhe acompanhava Estava sempre presente No lugar onde ela estava Tristonho, desiludido, Lhe exigindo o prometido Mas ela sempre negava. Ele não desanimava E ela sempre a negar Pedia que ele desistisse Deixasse de acompanhar Até que ele desistiu De segui-la e decidiu Com o pai dela falar. Estava ela a jantar Com o rei em seu lazer Quando bateram na porta E ela foi atender Era o sapo que pulando Já foi entrando e falando: - Eu vim jantar com você. Ela lhe disse; - Não vê Que está passando da hora? Pegou delicadamente O sapo e botou pra fora Voltou pra mesa e sentou Nisso o rei lhe perguntou Porque o mandou embora. Ela disse: - Não é hora De ninguém nos visitar O olhar severo do pai Fez ela se encabular E envergonhada contou Como tudo se passou E o porque dele estar lá. Mas ela não ia pagar Nem cumprir o prometido Que ele era muito nojento Porém o rei, decidido Lhe disse: - você fez mal Uma promessa real Quem não cumprir é banido. Vá cumprir o prometido, Prometeu tem que pagar. Ela então abriu a porta O convidou pra jantar Quando ele terminou Para o seu quarto o levou Mas sem com ele falar. Não queria conversar Com o sapo ao lado dela Colocou-o pra dormir Próximo a uma janela O sapo falou por fim: «Agora leia pra mim Ó minha princesa bela!» Depois voltou da janela E se deitou ao seu lado Ela apagou a luz Pra não vê-lo ali deitado Ele disse: «Eu não sabia Que uma princesa mentia. Que desonra pra o reinado! Chorando resignado Resolve então se calar Ela encheu-se de coragem Para a promessa pagar A luz de novo acendeu Abriu o seu livro e leu Um canção de ninar. O certo era cantar Mas simplesmente ela lia Depois começa a notar Que o sapo atento lhe ouvia E surpreendentemente Viu que ele era inteligente Engraçado e até sorria. O rei que a tudo assistia Viu que ela o acomodou Na cama para dormir Suavemente o beijou E nesse exato momento O sapo que era nojento Em príncipe se transformou A princesa se assustou Vendo o príncipe ali deitado Então ele lhe contou Que havia sido enfeitiçado Por uma bruxa malvada Que o deixou, envenenada Em um sapo transformado. O feitiço foi quebrado Com o beijo que ganhou Ela ficou tão feliz Um novo amigo encontrou Para ter com quem brincar Não iria mais ficar Só conversando com flor. O rei se admirou Com aquela transformação Um príncipe muito elegante Estava ali no salão Falando do seu passado Tinha sido transformado Devido uma maldição. Agora ali no salão Aproveitou o momento Para pedir ao rei Sua filha em casamento O rei declarou enfim, Se ela dissesse que sim Daria o consentimento. Ela sem constrangimento Respondeu que casaria Logo os dois se apaixonaram O rei com muita alegria Abençoou a princesa Pois tinha plena certeza Que chegaria esse dia. Assim como acontecia Nos grandes contos de fada Na nossa vida real Mudou pouco ou quase nada A infância é inocência Porém a adolescência Tem a vida transformada. Nem Papai Noel nem Fada Hoje não existe mais Pre adolescentes tem Crises existenciais Não se apegam a valores E até mesmo seus amores São só superficiais. Não são histórias reais Porém há certa igualdade A princesa não queria Ter responsabilidade Pra juventude esse «papo» De beijar um príncipe sapo É pura disparidade. Seja mentira ou verdade A princesinha beijou Aquele asqueiroso sapo Que em príncipe se transformou E seguindo as diretrizes Casaram, foram felizes E a história terminou.
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 05/11/2021
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