ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
A história de Alice
Que eu comecei a contar Citando a chave dourada Que era queria pegar, Mesmo subindo e descendo Diminuindo e crescendo Não conseguia alcançar. Somente pra relembrar Como tudo começou Chegando à toca do coelho Ela entrar desejou Mas era tão apertada Que na peleja infindada Ela um joelho ralou. Contudo ela penetrou E tudo que aconteceu Terminou ela entalada No abismo em que desceu O Coelho que estava ausente Não conseguiu novamente Voltar pro cantinho seu, Quando o coelho percebeu Que não podia entrar Que a toca estava ocupada Começou a lastimar Mas de repente ele viu Quando ela diminuiu E começou a andar. Então ele pôde entrar Em sua toca-cabana Trocou o nome de Alice Chamando-a de Mariana Que era sua criada, Alice entusiasmada Viu uma casinha bacana. Dentro estava Mariana Do coelho a empregada Ela entrou num quartinho Curiosa e agitada Nesse quarto também tinha Uma pequena garrafinha Sem etiqueta colada. Lembrou da água encantada Que reduziu seu tamanho Bebeu logo aquele líquido De um gosto bem estranho E tudo se transformou O seu tamanho aumentou Sua altura pegou ganho. Aumentou tanto o tamanho Que ficou descomunal Ajoelhou-se no chão Mas cresceu de forma tal Mais e mais se transformava Sua aparência ficava Cada vez mais anormal. Volta o coelho triunfal Seus passos se aproximava «Onde estão as minhas luvas?» Era o que Alice escutava Nisso o coelho desemboca Para entrar na sua toca, Mas algo a porta fechava. A confusão se formava Gente querendo sair, Outros querendo entrar Mas Alice a impedir Com seu imenso joelho Do lado de fora o coelho Inconformado sem rir. Chegou o lagarto Gui Que na chaminé descia Tocou no pé de Alice Que muita cócega sentia Com um pontapé acertou O lagarto que exclamou; «Será que ele merecia?» O coelho então tería Idéias para inovar Jogando algumas pedrinhas Tentando Alice acertar Podía ser até tijolo, As pedras viraram bolo, Nada iria mudar. Logo começa a chegar Outros tipos de animais No País das Maravilhas Só coisas sensacionais Coisas que Alice pensava Por mais que imaginava Não tinha visto jamais. Havia entre os animais Um cão cheio de alegria Uma afeto de Alice Era tudo que queria. Ela o acariciava Diminuía e aumentava Coisa que não poderia. Alice observaria Um gigante cogumelo Do mesmo tamanho dela Era um fungo muito belo Olhando pra o lado sul Viu uma lagarta azul, Com ela criou um elo. Com a lagarta e o cogumelo Alice fez uma história Que tratava no seu tempo Uma passagem meritória E ali naquele desterro Se recitasse sem erro Ganharia a oratória. De forma peremptória Ninguém estava contente Alice queria ser grande E a lagarta reticente Como inseto pelejava Pra ver se se enclausurava De forma mais convincente. Restava a Alice somente O efeito que daria Se provasse o cogumelo Seu tamanho mudaria E veio por solução A sua transformação Do jeito que ela queria. Seu pescoço esticaria Com tamanha dimensão Que parecia uma cobra. Uma pomba por precaução Fez um tremendo alvoroço Temendo aquele pescoço No ninho a destruição. A pomba fez confusão Era só uma garotinha Com um pescoço gigante Que de cobra nada tinha Pra evitar alvoroço Ela puxou seu pescoço Que parecia uma linha. Alice viu uma casinha Para alguém de pouca idade Morde um pouco o cogumelo Voltou à normalidade Na casinha de brinquedo Dava pra entrar sem medo, Sem haver dificuldade. Mas a maior novidade Naquela linda manhã Dois sujeitos curiosos Um tinha cara de rã O outro de peixe a cara Cabeça de forma rara E o corpo de maçã. Naquela linda manhã O cara de peixe tinha Uma carta em suas mãos Escrita pela rainha Alice sem entender O que estava a acontecer Soltou uma risadinha. Entrar naquela casinha Para Alice era um orgulho Cara de Peixe parado No meio como um entulho Lhe disse num sobressalto, Entre como num assalto Porém não faça barulho. Alice entrou com orgulho Na minúscula casinha Viu uma duquesa cuidando Do seu bebê na cozinha Sentiu um fogo nas ventas Devido o odor de pimentas Que de um ensopado vinha. Deu uma espirradinha O bebê espirrou também E logo sem espirrar Ali não ficou ninguém A casinha estremeceu E um gato apareceu Como se vindo do além. A cozinheira também A única que não espirrou A duquesa ali presente Ao gato acariciou O gato sorriu bonito Alice achou esquisito Mas muito se admirou. A cozinheira surtou Porque Alice sorria A ordenava que saísse Porém ela não saía Duquesa olhando pra ela: «Cortem a cabeça dela!» Mas ninguém obedecia. Subitamente se ouvia Uma canção de ninar Acalentando o bebé Que dava pra se escutar Que alguém estava cantando E um coral acompanhando Pra criança não chorar. Alice quis segurar O bebê por um momento E ele se transformou Em um porco rabugento Ela meio embasbacada Segurou encabulada Aquele animal nojento. Mas não era violento, Ficou pra ela sorrindo O gato também sorria Com aquele sorriso lindo Enfim, a normalidade Mostrava com amenidade Outra amizade surgindo. Pergunta Alice sorrindo Como sairia dali «Depende para onde vai» Responde o gato a sorrir Ela rebate, «Não sei, Pois não sei como cheguei Nem sei para onde ir. Só quero sair daqui, Tanto fez ou tanto faz» Disse o gato, «Nesse caso Qualquer lugar satisfaz Se o que lhe interessa é ir, Nesse caso fique aqui, Lá fora tá ruim de mais.» «Esse lugar me apraz Mas eu quero percorrer O País das Maravilhas Para melhor conhecer Vejo ao longe outra morada, Por quem é ela habitada Eu também quero saber» «Você vai se aborrecer Se for naquela morada Ali mora um chapeleiro E uma lebre aloprada» Disse ela, - Aqui também Embora seja do bem Só tem gente amalucada. O gato dando risada Disse, você acertou Disse isso e transformou-se Só seu sorriso ficou Rabo, olho, orelha, tudo Até seu corpo parrudo Num instante desmoronou. Alice então caminhou Para a outra moradia Na casa do chapeleiro Uma marmota dormia A lebre tomava chá E o chapeleiro a fiar Ninguém lhe convidaria. Mesmo assim ela entraria Em completo desalinho Ao sentar-se sobre a mesa Não sobrou nenhum cantinho Como estava fatigada Pediu de forma educada À lebre um pouco de vinho. A lebre devagarinho Disse - Aqui não tem nada! Com essa resposta Alice Ficou muito chateada Saiu dizendo, - Pois bem, Vejo que aqui só tem Gente doida e transformada! Quis sair dando risada Mas lhe fecharam o portão Chapeleiro chateado Por sua insinuação Disse, - Tu só vai poder Sair se me responder A uma adivinhação. Quero agora a solução Para esta perguntinha: Onde está a semelhança Do corvo e a escrivaninha? Se souber tu vai sair, Se não souber fica aqui Presa na minha casinha. Aquela tal adivinha Deixou Alice bem tonta A lebre e a marmota Também lhe fazia afronta Com ares de prepotente Diziam, - Avise a gente Se a resposta estiver pronta. Alice assim mesmo tonta Mostrou sua altivez Disse, - Não tenho a resposta Da pergunta que me fez Mas, melhor que perguntar É que eu posso contar Uma história pra vocês. E assim disse e assim fez Todos ficaram atentos A história de três irmãs Que tinha no pensamento E viviam de melado Num local abandonado Em total isolamento. Uma lufada de vento Deixou tudo bagunçado Fez com que todos saíssem Cada um para o seu lado Até bule ali virou Mas a história deixou Todo mundo interessado. Mas a história do melado Não cabe nesse livreto Temos que interrompê-la Porém aqui eu prometo De forma humilde e correta Que a história completa Eu conto noutro folheto.
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 05/11/2021
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