OS MISTÉRIOS DA CRUZ
A cruz, mistério profundo
Mostra os mistérios da morte Para resgatar o mundo. Antes da Nova Aliança A cruz era maldição Cristo era a Salvação. Escândalo para os Judeus Mas que através de Jesus Realiza o plano de Deus A manifestação do amor Era um cordeiro imolado Libertando da eterna dor. Quem pecado não cometeu Na cruz entregou se a si mesmo Assumindo os pecados dos seus. Pela cruz, abriu-se uma luz Fomos resgatados de vez Pelo nosso Deus Jesus. LOUCURAS DA CRUZ O pai olha pra seus filhos E os vê num crepúsculo Perdidos, sem sentido, escravos Entregues ao poder da dor Totalmente desarvorados Num emaranhado sofrimento Sem luz, no pecado, nas trevas Sem porta de saída aberta. O pai chama seu filho único Entrega a ele o poder A autoridade de ser luz. Este filho tem o nome de Jesus Vem como ultimo sacrifício E numa cruz morrer Para que todo aquele que nele crer Encontre o farol que dissipa a escuridão. A loucura do amor Está na loucura da cruz De um pai que não poupa Seu amado e único filho Para entregar aos seus. É a morte de um Homem-Deus Para libertação de todos. Por um homem entrou a escuridão E por um homem veio a salvação. OLHO PARA ESTE MADEIRO Meus olhos se estendem Neste madeiro Meu coração se emociona Diante desta imagem de amor De entrega total, sem reservas Um cordeiro que vai Lentamente ao matadouro Passa pelos insultos, Segue mansamente Com imenso cansaço, Pela fraqueza humana Pelo peso de nossos pecados, Mas não abre a boca. É tanta loucura para um homem Que muitos não conseguem entender E falam palavras vazias Por em Ti não crer. Olhos fixos neste madeiro De meus olhos descem lágrimas Lágrimas que não conseguem se conter Por teu rosto mesmo sofrido terno ser. Sinto um nó se prender em minha garganta De ver um semblante sereno frente à dor Ah! Se o mundo te amasse, te ouvisse Certamente não haveria fome Não haveria guerras, nem julgamentos Ah! Se os homens deixassem Ser tocados pelo seu amor Certamente, não haveria sofrimento. Olhos pra este madeiro Fecho meus olhos Viajo dentro de meu interior Calo-me, deixo de pensar no outro Preciso voltar-me pra mim mesmo O quanto ainda preciso mudar Na minha maneira de olhar o externo Mesmo querendo o mundo melhorar Vejo o quanto ainda fico a me apontar Jesus não veio transformar o outro Veio para que eu possa mudar SINAL DA CRUZ Em nome do pai, Nascer e renascer Mil vidas numa única existência Reescrevendo o sentido da vida. Do filho Perdoar e abraçar os nossos equívocos Bem como os do próximo E aprender a nossa humanidade. Do espírito Amar do palpável ao invisível e alimentar a fome do espírito Na farta abundância da fé. Celebrar a liberdade de escolher E morrer para ressuscitar Novos dias de recomeços. Santo Criar laços, sermos irmãos E não adormecer sem a gratidão Intrínseca pelo que temos, A GLÓRIA ETERNA Só Deus é nosso Pai, é nosso amigo, Guardião do Onipotente Patriarcado E aquele que viver Jesus consigo Nunca será um pária, um desgraçado. Os vis apologistas do pecado (Isto acontece desde o tempo antigo) Terão que suportar seu negro fado Mergulhados na dor... Ante o perigo. Atentai, ó humanidade triste, Amante da luxúria e escrava do ouro, Para esse caos que cresce e que subsiste! É tempo - Homem - de enfim de levantar, Erguer-se desse fundo sorvedouro E para a Glória Eterna caminhar... Qual cego andei precipiciosamente A viver de algo que nos polui a mente Nesse leve engodo dos falsos amantes... Apaga de mim todo esse martírio Nessa ânsia absurda de um delírio Nessas corridas das almas farsantes! ADEUS Se é profano este amor que sinto Paga uma lança e me abre o peito. Quero arrancar o coração que bate Por te amar mesmo sem ter direito! Quero morrer antes de ofender Com este amor a tua alma pura. Quero sofrer, que o sofrer redime. Oh! Deus! Perdoa a minha loucura! Estou chorando como a Madalena Que em seu caminho encontrou Jesus, Foi a procura do amor sagrado, E o doce Mestre lhe mostrou a Cruz! Perdão e adeus! Não posso mais te olhar, Com muito amor dentro dos olhos teus. Não entendeste um coração candente Por Deus! Esquece que eu te amei. Adeus! Terão valor, Senhor, todos os hinos De um mortal a um Supremo Ser, Quando em bem-aventurança ouve sinos Bimbalhando alegrias de viver?! Se em festa, somente, a fé surgir Na fartura de bens, felicidade, Que de perfeito a Ti pode advir De um punhado de pó na imensidade? Sabes, Senhor, que a humana força é nada; Não a deixes perder teu Advento. Dá-lhe tua crença - em luz acrisolada - Quando a hora chegar do sofrimento. BANQUETE DE AMOR CRISTÃO Em Natal de nascimento De Jesus Cristo, o Senhor Da manjedoura prodígio Que deu ao mundo o amor... Devemos ter consciência De uma eterna obrigação Do exemplo onisciente De todo e qualquer irmão. Banir de nossa estrutura Biológica servidão, O egoismo, a escravatura, Do mundo a «meia porção»... Sentir pelo coração O consenso da lisura E com isso liberando Pratos de amor em fartura!... Se o Gólgota ou a Cruz Não te dá satisfação Morde o pão e cheira a flor Que terás toda amplidão... De quanto vens omitindo De exemplo e belo valor Para ter com teu irmão O ágape santo do amor!... E se Deus é a Natureza Concreta que deparamos Viva a infinita beleza Rei nosso, dele, façamos... O MISTÉRIO Eis o motivo máximo da vida: O Mistério! - esse Deus indefinivel Que mantém, no seu passo inacessível, Um passo à frente, à nossa percorrida... O Mistério! - esse não saber da lida Que virá! E, por ser inatingível, Motiva e vibra a mola do impossível E mais vibrante torna a vã corrida! O Mistério! - esse verso na garganta Do poeta, que, na sua forma densa, Quanto mas se esconde, mais se agiganta! Eis a grande motivação da esfera: Do horizonte trazer a luz suspensa, Num esperar que venha o que se espera... TER FÉ Ter fé é pressentir sob a aparência De injustiças na dor da Humanidade, A justiça mais alta, em sua essência, Vinda dos céus, da Suma Divindade. É saber que o Senhor, com presciência, Muitas vezes nos dá a prova que há de Esclarecer-nos a alma, a consciência E nos abrir os olhos à verdade. Ter fé, é, realmente, em horas de procela, Assim como em momentos de bonança, Saber que Deus nos ouve, atende e vela... Ter fé é não perder nunca a esperança, Saber que o firmamento azul se estrela Por trás do plúmbeo céu que o olhar alcança. BIOGRAFIA DO AUTOR De um galego descendente de Holandesa com Português e uma bisneta de Índia Panati, nas- ceu José Medeiros de Lacerda, mais um des- cendente das sete irmãs da Cacimba da Velha. Aos 8 anos, já escrevia estórias do seu imagi- nário, como "O Aventureiro", descrevendo a sa- ga de um garoto criado entre as matas da Vár- zea Comprida na Fazenda Passagem do Meio, de seus avós maternos. Com 12 anos, extrema- mente amante dos estudos, viu seu sonho des- moronar-se. Só homem já feito conseguiu voltar às salas de aula, de onde nunca mais saiu. Pri- meiro como aluno, depois professor. O sangue de Tropeiro da Borborema herdado do pai, o fez percorrer o Brasil, de Roraima ao Paraná, carre- gando seus sonhos, compondo seus poemas, idealizando seus cordéis. No teatro foi ator, dan- çarino, coreógrafo, autor, na poesia um aprendiz, do Cordel é professor. Em Santa Luzia, constituiu família, em Patos concluiu seu curso de Letras na atual FIP. Hoje se realiza vendo seus cordéis lidos, em todos os Estados brasileiros. E mais feliz fica, vendo várias escolas pelo Brasil a fora vivencian- do sua poesia em sala de aula. Seus cordéis tem cunho educativo, informativo, histórico, nunca usa- dos como desabafos íntimos, válvulas de escape diante das pressões existenciais. Hoje com mais de 350 folhetos escritos, faz da poesia sua terapia ocu- pacional. Seus netos, e sua primeira bisnetinha lhes proporcionam tudo que ainda lhe resta para se emo- cionar, procurando dar-lhes o que ele não teve direito em sua infância... Seus pais, de saudosa memória, foram apenas o começo de sua história!!!...
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 15/02/2017
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