BISCOITÃO UMA LENDA PARAIBANA
Quem vive sempre mentindo
Não sabe bem o que diz Por mais seguro que seja Um dia se contradiz Pois a verdade resiste, Quem na mentira persite Nunca pode ser feliz. Tem um ditado que diz Embora disparidade Se a mentira é duradora Um dia vira verdade Há quem minta por prazer Uns mentem por merecer Outros por necessidade. Seja mentira ou verdade Seja soneto ou emenda Nada dura para sempre Quem não sabe disso aprenda Mas quem foi celebridade Partindo pra eternidade Cá na terra vira lenda. Pra que o leitor entenda O assunto ao qual me privo Como havia prometido Vou remexer meu arquivo E escrever de coração A LENDA DO BISCOITÃO Pra lembrar Antônio ivo. Esse o principal motivo Da minha composição Lembrar quem viveu conosco Sempre na oposição Por trinta anos seguidos Todo tempo perseguido E alcunhado de ladrão. Servindo à população Com firmeza e rebeldia Quanto mais o insultavam Tanto mais ele crescia Mais o povo o adorava Mais ao pequeno ajudava Era assim que ele vivia. Um defeito só trazia (Na minha opinião) Era a falta de critério Ao fazer a seleção De quem o auxiliava E a esses ele entregava Toda sua posição. Sua administração Era o secretariado Que fazia o que queria Geralmente tudo errado Em nada ele opinava Mas quando a bomba estourava Só ele era culpado. Por isso até foi cassado Acusado de ladrão E partiu de sua terra Sem levar nenhum tostão Era injustiça pura Do tempo da ditadura Que fazia acusação. Depois disso o Biscoitão Chegou a ser deputado Contra todos os poderes Da cidade e do estado Quanto mais o acusavam Mais ele se destacava Mais pelo povo era amado. Já trinta anos passados Ele sempre perseguido Chegou a ser dissidente Mesmo dentro do partido E deu a volta por cima Com o Grupo Cunha Lima No Estado o mais querido. O adversário sentido Com aquela união Se sentindo ameaçado De perder a eleição Fez sua vez de falsário Se uniu ao mandatário Da casa da Redenção. Com essa falsa união Começou o "piriri" A maldição tomou conta Do vale do Sabugi Foi prefeito assassinado Prefeito suicidado E a cidade a decair. Nada pôde progredir Daquele tempo pra cá É seca seguindo seca Os açudes a secar E as obras inacabadas Por Antônio começadas Ninguém mais quer terminar. Quem vive sempre a zombar Aproveita a situação Pra falar de Antônio Ivo Em qualquer ocasião Num acinte vil e imundo Pois até cheque sem fundo Chamam "Cheque Biscoitão." Quando é tempo de eleição Se aproveitam do momento Usando o nome de Ivo Pra fazer agrupamento Copiando seu estilo Falando nisso e naquilo Pra lograr algum intento. Depois desse movimento Os currais eleitorais Fecham todas as cancelas Cessam todos comensais E o nome de Antônio ivo Volta outra vez ao arquivo Nele não se fala mais. Há alguns anos atrás Quando ele era oposição Vivia bem mais feliz Mesmo em perseguição Mas ao seu povo ajudava Todos o idolatrava E o tinha como irmão Depois daquela união Com o grupo dos rivais Ele seguiu iludido Sem consultar seus iguais E nessa falsa ilusão Deixou a oposição Não regressou nunca mais. Quando quis voltar atrás Tentou mais não conseguiu A pressão foi tão intensa Que ele não resistiu Gente sem capacidade Lhe turvava a liberdade Por isso ele sucumbiu. Nossa cidade assistiu O seu triste passamento Os que ele havia esquecido Chorava aquele momento E a «falsa situação» Barrando a televisão Com medo de movimento. A partir desse momento Tudo se modificou Ninguém quer mais concluir As obras que ele deixou Nada mais se faz de novo E pra tristeza do povo Até o açude secou. Quem era vereador Eleito com sua ajuda Depois que ele se foi Ficou no Deus nos acuda Hoje alguns dos eleitos Teve que dar outros "jeitos" Pois a Prefeitura é muda. Também sem a sua ajuda Muita gente que vivia A sombra do seu sucesso Gozando de mordomia Perdeu a paz e o sossego Não conseguiu mais emprego Perdeu até a alegria. Acabou-se a hipocrisia Pois a vida nos ensina Sei da história de um deles Que tinha vida granfina Hoje vive padecendo Como frentista vivendo Num posto de gasolina. Até mesmo a medicina Que era o seu natural Pois ele era a solução Pra qualquer tipo de mal Hoje é aquele marasmo Não há mais entusiasmo Lá dentro do hospital. Se me expressei bem ou mal Escrevi de coração A triste realidade Que impera no sertão Por um líder do passado Está escrito e editado A LENDA DO BISCOITÃO Salvador, 21/02/2013 SÉRIE LENDAS BRASILEIRAS - VOLUME 30
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 12/07/2015
Alterado em 20/11/2022 |