GATO UM ÍNDIO CANGAÇEIRO
O cangaço no Nordeste
Muita gente conheceu Quem não viveu nesse tempo Mas com certeza já leu Algo sobre Lampião O grande herói do sertão E a forma que ele morreu. O cangaço aconteceu Bem antes de Lampião Ele é o final da história Morreu vitima de traição Mas de todos do passado Ele é mesmo destacado Maior líder do sertão Cangaço, religião E fanatismo existia Bem antes de Lampião Como exemplo eu citaria Padre cícero em juazeiro E Antônio Conselheiro No Estado da Bahia. Negro também se envolvia Com essa luta tirana Como fez Lucas da Feira Pior que sussuarana Lutando por igualdade Cometeu atrocidade Lá em Feira de Santana. Outra cobra caninana, Criminoso, desordeiro, Foi Gato um índio valente Um terrível cangaceiro Que se criou na quebrada No meio da jagunçada De Antônio Conselheiro. Podia ser um guerreiro Da tribo Pankararé Lugar onde ele nasceu Mas o pai com mulher E o resto da familia Seguiram por outra trilha Conduzidos pela fé. De índio Pankararé A bandido desordeiro Santilio Barros, o Gato, Com o fim de conselheiro Escapou do estardalhaço E enveredou no cangaço Do Nordeste brasileiro. O mais cruel cangaceiro Segundo consta em estudos Filho de Aninha Bola E Fabiano de Canudos Com ele duas maninhas Rosalina e Julinha Seguiam o irmão em tudo. Também vi com meu estado Que Gato fez a união De Julinha e Revoltoso Rosalina com Mourão Sendo este primo de gato E o cangaceiro Mormaço Do bando de lampião. Gato numa confusão Matou seu primo e cunhado Mourão, em Brejo do Burgo, Por este ter provocado Com o cangaceiro Mormaço Um terrível estardalhaço Numa festa de batizado. Por eles ter provocado Briga em meio a gente fina Gato ficou revoltado Fez uma carnificina Quando os dois cangaceiros Se banhavam num barreiro No Raso da Catarina. Mourão deixou Rosalina Grávida do filho Primeiro Nascendo em Brejo do Burgo Seu filho Hercílio Ribeiro Onde mora e tem prazer De a quem pergunta dizer Que é filho de cangaceiro. Gato como desordeiro Tinha prazer de matar Quase que matava a mãe Só por ela reclamar Que sua casa e seu terreiro Estavam cheios de cangaceiros Sem ela poder andar. Não matou mais quis cortar Sua língua porque falou Lhe mostrando dois punhais Sua mãe ameaçou Dizendo: «Sua velha louca, Este aqui é o «cala boca» E este o bateu cagou!» Gato ainda matou Sete primos numa ação Por conta de alguns bodes Que sumiram da região E eles andaram dizendo Que o sumiço estava sendo Creditado a lampião. Matou Braz e Calixtão Numa casa de farinha Luiz Major e dois filhos Lá na Fazenda Cerquinha Matou inocêncio e Valério Pois o assunto era Sério, «Não fale de gente minha!» Gato casou com Toinha Uma índia Pankararé E carregou Inacinha Prima de sua mulher Com as duas se agasalhou Mas Tonha não aceitou E formou um kerekeké. Gato surrou a mulher Quase tirava-lhe a vida Esta contou a Lampião E dali saiu fugida Para um lugar bem distante Onde viveu doravante Por muito tempo escondida. Gato seguiu sua vida Assaltando e desonrando Fazia e acontecia Com Lampião no comando Mas quem vive de loucura Certamente quem procura Um dia acaba encontrando. .Certa vez eles passando Um dia de tardezinha Em Piranhas, Alagoas, Uma volante se avizinha Tem inicio um tiroteio E ali naquele entremeio Saiu ferida Inacinha Bala ia e bala vinha Com Inacinha ferida A bala entrou na bunda Na barriga fez saída Mesmo grávida ela foi forte E a criança, por sorte, Também não foi atigida Gato fugiu em seguida Se embrenhou na jetirana Pediu ajuda a Corisco A bandidagem se irmana E partem com o projeto De destruir por completo A cidade alagoana. Essa maldade tirana Entrou pra historia de vez Vinte e nove de outubro Do ano de trinta e seis A data se tornaria Uma lembrança de agonia Naquele final de mês. O Gato por sua vez Matou tantas inocentes Foi grande a carnificina O sangue for Gato não se contentando Levava um arrastando Pra sangrar posteriormente. Na cidade certamente Não havia policiais O delegado Cipriano Com oito soldados mais Prevendo o que acontecia Deixaram a delegacia E entraram nos matagais. E como os policiais Também a população Se embrenhou nos matagais Procurando salvação Ficando em casa escondidos Alguns homens guarnecidos Enfrentando a situação. O pobre sem salvação Que ia por Gato arrastado Um jovem de quinze anos Caiu na praça ajoelhado Cercado de cangaceiros E foi pelo desordeiro Barbaramente sangrado. Dos que haviam ficado Pela cidade escondidos Abriram fogo cerrado No bando desprotegido Que correu pra todo lado E entre tantos baleados O Gato saiu ferido, Os que estavam escondidos Se omitiram certamente Ninguém assumiu o tiro Que acertou o valente Mas dos que ali fez bonito Estava Dona Cira Brito A esposa do tenente. João Carão e um contingente No cemitério entocados Chiquinho e João Marcelino Estavam em um dos sobrados Carão com um rifle Cruzeta Chiquinho com uma bereta E muitos tiros deflagrados. Gato fugiu baleado No meio do estardalhaço Morreu três dias depois Com infecção no espinhaço Foram-se dedos e anéis De um do homens mais cruéis Da história do cangaço.
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 12/07/2015
Alterado em 14/07/2015 |