AS PERGINTAS IDIOTAS E AS RESPOSTAS DE SEU LUNGA - PARTE 2
Continuando a história
Que versei de uma entrevista Com Seu Lunga em Juazeiro Junto com uma jornalista Deixo aqui alguns rompantes Perguntas ignorantes E as respostas do popista. Até uma grande revista Já tomou conhecimento De Seu Lunga intolerante O assunto do momento Norte, Sul, pra qualquer lado Ele é sempre comentado Seja qual for o evento. Em seu próprio casamento Lunga também aprontou Mesmo diante do altar O homem se enfezou Deixou todos com vergonha Na hora da cerimônia Quando o padre perguntou: Essa mulher, meu senhor, Tu aceitas, diga sim Como legítima esposa? Lunga respondeu enfim: - Não sei porque perguntar, Isso é o mesmo que indagar Se jumento quer capim Para o padre disse assim: - Eita povo fofoqueiro! Veja que pergunta boba Desse padre presepeiro! Pois respondo sem demora: Eu vou aceitá-la agora Como minha mãe primeiro. No centro de Juazeiro Seu Lunga o carro encostou Começou a caminhar Uma amiga o abordou: - Seu Lunga, por onde andas Sozinho por essas bandas? A amiga perguntou. Seu Lunga então parou Pondo a moça na berlinda E respondeu resmungando Àquela coroa linda: - Se tu prestar atenção Ver que eu ando pelo chão Pois não sei voar ainda! Nas suas idas e vindas Em Juazeiro do Norte Um dia seu Lunga estava Martelando num suporte Uns pregos enferrujados Alguns deles entortados Com um martelo bem forte Pra sua falta de sorte Ia passando um soldado Vendo seu Lunga no sol E já bastante suado Vendo que o homem parou O soldado perguntou: -O negócio tá parado? Lunga respondeu zangado: - Mas que perguntinha vil! O meu negócio está firme Por enquanto não caiu Tá no lugar que nasceu E ali mesmo cresceu, De lá nunca mais saiu. Outro camarada viu Seu Lunga batendo pregos Perguntou:- Estás pregando? Lunga respondeu:- são cegos? E pra desmoraliza-los Começou a insultá-los Acabando com seus egos. Aí respondeu: - Não nego, Eu estou a martelar O meu dedo que está troncho. E aprumou num lugar Continuou insultando O martelo levantando E o meteu no polegar. Seu Lunga foi ajeitar Sua própria encanação No armazém que estava Dando grande infiltração Maior foi a agonia, O velho passou o dia Nessa canalização. Lunga fez até serão Consertando vaso e pia Trocando os canos furados Resmungando mas fazia Já perto de terminar Pra completar seu azar Inda faltou energia. Uma vela ele acendia Veja só que sofrimento Consertou a encanação Deixando-a sem vazamento E mal ele terminou Um vizinho ali chegou Pra aumentar seu tormento. Bem no exato momento Que Seu Lunga resmungão Já guardava as ferramentas Concluindo a instalação O vizinho que chegou De repente perguntou: - Terminou a encanação? Rosnando que só um cão Lunga respondeu na hora: - Num tá vendo, meu vizinho, Que vou começar agora? E com o martelo na mão Quebrou toda instalação Brabo que só um caipora. Relógio que marca hora Tem muito na loja dele Um freguês chegou dizendo: - Por favor, me mostre aquele, O velho logo o pegou O freguês lhe perguntou: Posso tomar banho com ele? Seu Lunga do lado dele Sentado num tamborete Respondeu assim pro cabra: Ora bolas, seu cacete, Um relógio tou vendendo, Por acaso tu tá vendo Aqui algum sabonete? Lunga é cheio de cacoete Irado como ele é Um cabra chegou pra ele No velho botando fé Com um tom bem camarada Lhe perguntou,- Essa estrada, Ela vai pra Canindé? Seu Lunga ficou de pé Zangado disse ligeiro: - Ela nunca se arrancou Pra sair sem paradeiro Mas te digo, seu peralta Se ela for vai fazer falta Pro povo de Juazeiro! Do hospital pioneiro Lunga saiu de repente Um velho se aproximou Perguntando imbecilmente: Lunga você passou mal? Saindo desse hospital, Acaso tava doente? Lunga o olhou ferozmente Respondeu:- Resto de aborto, Você é um idiota. Que pensamento mais torto! Se eu, conforme seu critério, Saísse de um cemitério, Por acaso estava morto? Seu Lunga chegou do Horto Viu a esposa sentada Na porta da casa dele Atrapalhando a entrada Com a agulha tricotando Lunga ficou resmungando E entrou sem dizer nada. Mas logo de madrugada Lunga mandou assentar Uma porta bem do lado Da outra e pôs-se a falar - Passaremos por aqui E essa porta daí Fica só pra tricotar Pra uma conta cobrar Um rapaz apareceu Dizendo:- Meu caro Lunga, Sua promissória venceu. Lunga respondeu na hora: - Não torço por promissória Esse time não é meu! Essa aqui aconteceu Em uma churrascaria: Lunga chegou no balcão Pediu uma cerveja fria O garçom lhe respondeu: Hoje não dar, freguês meu Está faltando energia. Cheio de malicunia Seu Lunga a esbravejar Batendo forte na mesa Disse pra o rapaz do bar: -Oh, cara num sei de que, Eu vim aqui pra beber, Num foi pra choque tomar! Pra o folheto terminar Vou contar da pescaria: Seu Lunga estava pescando Numa lagoa que havia Quando chegou um matuto Perguntando ao velho bruto: -Dá peixe nessa água fria? Lunga cheio de maestria Foi dizendo: Oh seu gaiato, Num tá vendo que aqui dá Peba, ticaca, até rato? Se você quiser pescar Aqui não é o lugar Pois peixe aqui dá lá no mato! Lunga existe de fato Apesar do converseiro Conversador, boa praça, Enfim, um bom companheiro. Resta parar os displantes Dessa pessoa importante Atração do Juazeiro!
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 12/02/2012
Alterado em 06/12/2016 Copyright © 2012. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |