LINGUA DE AÇO
Trecho do Cordel:
O Dezinho lá da esquina Que também veio da Redinha Também vende cereais, Com um carro indo e voltando Já tá até namorando Depois de ter filho rapaz. E por falar em rapaz O velho Francisco Braz Chiquinho Eugênio empregou Com pouco tempo Chiquinho Negociava sozinho E com Seu Chico se intrigou. Grande casa de ferragem, Todo tipo de bagagem Tem no velho Chico Braz, Tudo tem pra se comprar Mas no que voce pensar Chiquinho Eugênio tem mais. O velho Manoel Amâncio Eita bodegueiro manso, Tudo lá era mais caro. Vendia salgado e doce Mas agora aposentou-se Pois foi expedicionário. Alberto da sorveteria Vendendo até água fria Fumo Dubom e cigarros, Mas onde tem de feijão Farinha, cachaça e carvão É lá em seu Teté Barros, Lá vem seu Manoel Cazuza Vendendo botão pra blusa Pau de cangalha e esteira; Mas apesar de contente Agora tem concorrente, O velho Manoel Vieira. Pra comer bolo gostoso É lá em Inácio Cheiroso Conhecido por Junção; Tem leite, água gelada, Queijo de coalho, cocada Doces de leite e mamão. No Galego lá do jogo Sempre tem preá no fogo Mocó, ribaçã, rolinha; Tudo pra saborear, Mas bom pra boca adoçar É a cocada de Chiquinha. Ademar de Antônio Braz Outro sujeito sagaz Tudo em casa está normal; Ele na venda faturando E a mulher lecionando No Colégio Estadual. Zé Marques, chofer de praça Quando viu que as arruaças Não lhe davam resultado; Vendeu o carro a um colega E botou uma bodega Lá no Largo do Mercado.
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 11/02/2012
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