José Medeiros de Lacerda

Leia poesia - A poesia é o remédio da alma

Textos

LINGUA DE AÇO
Trecho do Cordel:
O Dezinho lá da esquina
Que também veio da Redinha
Também vende cereais,
Com um carro indo e voltando
Já tá até namorando
Depois de ter filho rapaz.

E por falar em rapaz
O velho Francisco Braz
Chiquinho Eugênio empregou
Com pouco tempo Chiquinho
Negociava sozinho
E com Seu Chico se intrigou.

Grande casa de ferragem,
Todo tipo de bagagem
Tem no velho Chico Braz,
Tudo tem pra se comprar
Mas no que voce pensar
Chiquinho Eugênio tem mais.

O velho Manoel Amâncio
Eita bodegueiro manso,
Tudo lá era mais caro.
Vendia salgado e doce
Mas agora aposentou-se
Pois foi expedicionário.

Alberto da sorveteria
Vendendo até água fria
Fumo Dubom e cigarros,
Mas onde tem de feijão
Farinha, cachaça e carvão
É lá em seu Teté Barros,

Lá vem seu Manoel Cazuza
Vendendo botão pra blusa
Pau de cangalha  e esteira;
Mas apesar de contente
Agora tem concorrente,
O velho Manoel Vieira.

Pra comer bolo gostoso
É lá em Inácio Cheiroso
Conhecido por Junção;
Tem leite, água gelada,
Queijo de coalho, cocada
Doces de leite e mamão.

No Galego lá do jogo
Sempre tem preá no fogo
Mocó, ribaçã, rolinha;
Tudo pra saborear,
Mas bom pra boca adoçar
É a cocada de Chiquinha.

Ademar de Antônio Braz
Outro sujeito sagaz
Tudo em casa está normal;
Ele na venda faturando
E a mulher lecionando
No Colégio Estadual.

Zé Marques, chofer de praça
Quando viu que as arruaças
Não lhe davam resultado;
Vendeu o carro a um colega
E botou uma bodega
Lá no Largo do Mercado.
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 11/02/2012
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