José Medeiros de Lacerda

Leia poesia - A poesia é o remédio da alma

Textos

DOIS DESTINOS
Trecho do Cordel:
O conde mal educado
Vendo a moça maltrapilha
Mas sempre a seguiu de perto
Sabia que era sua filha
Tentou de casa a expulsar
Alegou não aceitar
Mendigo em sua família.

O destino maravilha
Em certos casos responde
Apaixonou os dois jovens
Pra mostrar ao velho conde
Que existe além da riqueza
O amor, sublime pureza
Que o ouro não esconde.

Deus está presente onde
Há carinho e esperança
A um casal tão diferente
Deu carinho e esperança
E logo estavam casados
Contra o conde indignado
Que o expulsou da herança.

Cheios de perseverança
Ficaram os dois na pobreza
Porém ricos de afeto
Obstinação, firmeza,
Trabalhando noite e dia
Na mais perfeita harmonia
Como manda a natureza.

A condessa com tristeza
Pouco tempo mais durou
Sem conhecer a verdade
Morreu, partiu, se acabou
Ficando o conde sozinho
Enveredou no caminho
Que a soberba  lhe indicou.

À orgia se entregou
Às festas e bacanais
Noitadas intermináveis
Com falsários marginais
Pouco tempo se passou
E a fortuna que juntou
Não lhe pertencia mais.

Terminou nos hospitais
Padecendo na indigência
Convivendo na sarjeta
Com o peso da consciência
Sofrendo no corpo seu
O que a filha sofreu
Pela sua intransigência.

A Divina Providência
Não desampara ninguém
Mas a quem lhe desrespeita
O castigo sempre vem
Na nossa Lei Natural
Quem faz o mal colhe o mal
Quem faz o bem colhe o bem.

Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 11/02/2012
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