Trecho do Cordel:
K - Kilométricos matagais
Mostrando seus esplendores
Onde adeja os colibris
Com suas penas multicores
Confeccionando ninhos
Num vergel cheio de espinhos
Entre variadas flores.

L - Leves gotas incolores
Respinga as folhas das matas
Onde os passarinhos vivem
Cantando em serenatas
Num trinado variado
Ecoando bem afinado
Igualmente grandes flautas.

M - Magnificência exata
É um pássaro nascer
Porque gerado num ovo
Sem comer e sem beber
Cresce robusto e altaneiro
E vai trabalhar primeiro
Pra poder sobreviver.

N - Na terra se ver nascer
Pedrarias importantes
Criadas na Natureza
Como o ouro, o diamante
Esmeralda, prata, cobre
Outros minérios mais nobres
E muita pedra brilhante.

O - Olho pra matas distantes
As árvores não dão mais flores
Estão sendo derrubadas
Nas lâminas dos tratores
Manobras subversivas
Esquecem que elas são vivas
E que também sentem dores.

P - Para que tantos horrores
Sem haver necessidade
Destruir a Natureza
Às vezes só por maldade!
Coisa de gente perversa,
Fazer uma coisa dessa
É uma criminalidade.

Q - Quanta gente tem maldade
Não devia ser assim
Nesta terra em que vivemos
Nasce o bom e nasce o ruim
Modificando a beleza
Só a própria Natureza
Nunca nasceu nem tem fim.

R - Relatando tudo enfim
Como as coisas acontecem
Lembramos do que estão vivos
E daqueles que fenecem
Há outros que se perderam
Sabem apenas que nasceram
Mas do nascimento esquecem.
Série Coisas do Brasil - Vol. XXXVI