VILELA - O CANGACEIRO INVENCÍVEL
Trecho do Cordel:
Aí foi solto o rapaz E a toda pressa voltou Correndo de serra abaixo Sem medo de tombador Pior que a gota serena Parece que criou pena, Bateu asas e voou. O Alferes se aproxinou Com a cambada de soldado Vilela, experiente, Na sua rede deitado, Levanta pé ante pé Acorda e diz a mulher: - Minha véia, estou cercado. Grita o Alferes do outro lado: Vilela, tenha paciência, Me entregue suas armas Que eu não quero violência. Na luta a gente se arraza, Trate de compor a casa Pra eu fazer a diligência. V - Seu moço, tome tendência Que eu não engano ninguém Muito lhe agradecerei Não me enganando também. Pra ver como é que nós briga Quero que voce me diga, Quantos praças aí vem? A - Vilela, aqui fora tem Eu mais cento e oitenta praças Negro nascido em barulho Criado em meio a desgraça Pra te fazer moribundo E mandar pro outro mundo Nenhum de nós se embaraça. V - Com cento e oitenta praça Brigo em pé, brigo de coca As bala estralando em mim É míi virando pipoca Quando a briga terminar Duvido voces achar No meu corpo uma barroca. A - Vilela, ver se se toca, Não adianta insistir, Ainda mesmo eu sozinho Não te deixo escapulir Já tá me dando fadiga Se não abre a porta diga Pra tu ver ela cair. V - Delegado, peraí Que eu sou de opinião Boi solto se lambe todo E eu não me entrego à prisão Prefiro enfrentar a briga Quero mesmo é que se diga Morto sim, mas preso não. Série Cangaceiros - Vol. XXXVIII
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 11/02/2012
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