O SELO DA MORTE
Trecho do Cordel:
Mas quando virou o selo Notou que estava riscado E com a letra do noivo Com sangue vinha assinado: “Estou sem as duas pernas Num hospital internado”. Lourdinha sentiu as dores Do juramento trocado E dirigiu-se a capela Rezar por seu bem amado Pra que Deus o devolvesse Mesmo que fosse aleijado. Dezoito dias depois Chega-lhe outro cartão Lourdinha, desesperada, Sem saber se abria ou não, Resolveu tirar o selo Nessa hora de aflição. Tirou o selo e, surpresa, Com espanto percebeu, Embaixo não tinha nada, Abriu o envelope e leu Que num hospital de guerra O seu amado morreu. Lourdinha ficou doente Pouco tempo mais durou, Dois selos tão pequeninos Destruiu tão grande amor. O primeiro trouxe o sangue Com que seu noivo assinou E o derradeiro envelope Foi a morte quem selou.
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 23/12/2009
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