José Medeiros de Lacerda

Leia poesia - A poesia é o remédio da alma

Textos

A CHEGADA DE ANTÔNIO IVO NO CÉU
Trecho do Cordel:
Itó a se desculpar
Abraçou o Biscoitão
Dizendo: - Vencí a luta
Entre nós na eleição,
Esse mérito não foi meu,
Aquela tu só perdeu
Por causa do Maranhão.

Mas foi uma maldição
Para você e pra mim
Primeiro fui derrotado
Pelos filhos de Caím
E essa mesma maldição
Te envolveu na traição
E nós ficamos assim.

Até que chegou, enfim,
Hora do Ivo falar,
Quando ele agitou os braços
Haja anjo a desmaiar,
Tantos fogos nessa hora
Que até Nossa Senhora
Se aproximou pra olhar.

Mas foi ele iniciar
O barulho se desfez
Começa a fala dizendo:
- Desculpem a timidez,
No prelo eu sou entendido
Mas nunca tinha morrido,
Foi essa a primeira vez.

Peço desculpa a vocês
Por não ter o que dizer
Aqui não conheço ainda
Num adianta prometer,
Agora, solenemente,
Perante o povo presente,
É hora de agradecer.

Zé Paulo me fez crescer
Do começo até o fim
Benedito veio cedo
Mas também lutou por mim
Bola, força soberana
E até Bosco Santana
Morreu lutando por mim.

Mirico, Biá, enfim,
A todos com reverência,
Euclides, Chico Vicente
Que me deram experiência
Mas não posso adiar mais,
Vou me encontrar com meus pais
E minha sobrinha Hortência.

Deixou pedindo licença
A praça celestial
A festa continuou
Com um bonito sarau
E eu que filmava a querela
Fechei a minha janela
E me afastei do local.
Série Política, Vol XII
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 22/12/2009
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