José Medeiros de Lacerda

Leia poesia - A poesia é o remédio da alma

Textos

DOTOR CAGANEIRA
Trecho do Cordel:
Uma sentinela
Que estava de guarda
Caguei-lhe na farda
Borrei toda ela
De bosta amarela
O pobre cristão
Pediu rendição
Gritou na guarita
Que praga maldita
Chame o capitão.

Ao passar em certa rua
Encontrei um almofadinha
Que estava conversando
Com sua namoradinha
Interrompi a palestra
Caguei-lhe na taiobinha.

Muito veemente
Se achava a falar
Um parlamentar
Tribuno eloquente
Porém de repente
Sente a fala rouca
Uma frase louca
Soltou no discurso
Não houve recurso
Caguei-lhe na boca.

De tudo quanto caguei
Ninguém censure de mim
Porque talvez que um dia
Precise cagar assim
O mundo inteiro não passa
De uma cagada sem fim.
Série Parcerias, Vol. IV
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 19/12/2009
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