José Medeiros de Lacerda

Leia poesia - A poesia é o remédio da alma

Textos

QUANTO TEMPO
Tempos conturbados
Guerras eclodindo,´
Preconceitos raciais,
Conflitos sociais,
Violência, desamor...

Quantas estradas
Um homem precisa percorrer
Antes que venha a ser
Chamado de homem?

Quantos mares precisará
Uma pomba branca sobrevoar
Antes que ela possa
Repousar na praia?

E por quantas vezes ainda
As balas de canhão voarão
Até que sejam
Para sempre banidas?

Quantos anos deve
Uma montanha existir
Até que se desmanche no mar?
Quantos anos devem
Algumas pessoas existir
Até que sejam permitidas
A serem livres?

Quantas vezes pode um homem
Virar a cabeça e fingir
Que ele simplesmente não vê?

Quantas vezes deve um homem
Olhar para cima antes
Que possa enxergar o céu?

Quantos ouvidos deve um homem
Possuir até que possa
Ouvir o lamento do próximo?

E quantas mortes
Ainda serão necessárias
Até que se perceba
Que pessoas demais morreram?

Quantas milhas ainda
Deveremos percorrer,
Até alcançar a cidade do amor...?
Quantas vidas
Ainda serão castigadas
Pelo flagelo das guerras...
Até que, finalmente,
A paz comece a reinar...

Por quanto tempo ainda
Nos deixaremos fascinar
Por brinquedos eletrônicos,
Ignorando os necessitados
Que esperam à nossa porta...?

Quanto tempo ainda correrá,
Até que aprendamos a conjugar
O verbo partilhar?

Quanto tempo levará
Até que vivenciamos
A simplicidade e sabedoria
Das palavras de Quintana:

“O sorriso enriquece
Os recebedores
Sem empobrecer
Os doadores.”
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 15/07/2008
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