TALENTO E FORMOSURA
Guardas em ti os dons da formosura
Que o tempo ainda nem sonha em trucidar. E vives bem ufana essa ventura Que a Natureza cegamente quis te dar. Assim sorris das minhas desventuras Pertenço à dor, e gosto de penar. Eu tenho n’alma um cofre de amargura Que é meu tesouro e ninguém pode roubar. Pois quando a dor me pede alguma esmola Lhe abro as portas d’alma que a consola E com lágrimas o amor lhe mitigar. Mas quando a morte conduzir-te à sepultura Tirar todo esse talento e formosura O teu orgulho em pó reduzirá.
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 15/07/2008
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