José Medeiros de Lacerda

Leia poesia - A poesia é o remédio da alma

Textos

TURBILHÃO
Na fenda do monte
Na fonte fendida,
Na forma do lago,
Na água retida,
No cerco da ilha,
Na ponte perdida,
No lance do dardo,
Na queda suicida,
No ser delirante,
Na fúria contida,
No passo volante,
Na balsa retida,
No sopro inventado,
Na invenção medida,
Eu volto a dizer,
Frase repetida,
O amor é o ponto
Final da partida.
No canto que medra,
No pranto, no grito,
Na dor lancinante
Do ventre partido,
No feito desfeito,
No peito ferido
No sal do deserto,
No rumo perdido,
Agora mais perto
Notruno gemido,
No túmulo pobre,
Cadáver despido,
Arcanjo da guerra,
Tumulto temido,
Eu volto a dizer
E sempre repito:
A vida é um gesto
Terrível e aflito.
Será muito breve
Janeiro do ano,
Fagote do inferno,
Aviso e proclamo,
Os deuses em fúria,
Sopro desumano,
O choro, o grito,
Pungente lamúria,
Doendo na voz
Comendo a garganta,
Pensando o pensado
Mais o pensamento,
Girando, girando,
Total liberdade..
Na fala do homem,
Maldade, bondade.
Caminho da história
Se abre com a mão,
Da mãe para o filho,
Abraço do irmão.
Abraço do amigo
É ato envolvente,
A água mais fria
Na água mais quente,
Fazer harmonia
Da gente com a gente,
Fazer nostalgia,
Doença e doente,
Do sonho com a vida
Da vida com o anjo.
O Diabo no Céu
Um Deus no inferno,
Passado e presente
No tempo moderno.
Catalão-GO, 08.03.80
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 14/07/2008
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