Sente-se aqui ao meu lado,
Vamos curtir nossa fossa,
São meus os vossos problemas,
Minha dor também é vossa.
Porque o destino impede
Não posso ser teu marido,
Hoje, na dor abraçados,
Choramos arrependidos.
Meus filhos, abandonados,
Clamam pôr uma família
E nós, dois barcos parados
Na solidão de uma ilha.
Assistindo o envelhecer
De nossas vidas cansadas
Como dois velhos amantes
Chegando ao final da estrada.
No fundo do nosso abismo
Que nós dois juntos cavamos,
Amor, paz e juventude
No passado sepultamos.
Juntamos nossas tristezas,
Nossas vidas em pedaços,
Pelos caminhos do tempo
Ao longo de nossos passos.
Patos, 01.05.83