CACO DE VIDRO
O que fazes, homem triste,
Sentado nesta calçada? Já vai alta a madrugada E tu nesta solidão, Não canta, não ri, não chora, Perdeste a noção das horas Com este vidro na mão? Isto é um vidro quebrado, Pode ferir sua mão, Jogue este caco no chão E volte à realidade! Demonstre mais alegria! Esta tua companhia Só traz infelicidade!” “Te enganaste, companheiro, Pois este vidro quebrado Jogado aqui ao meu lado Fere involuntariamente, Mas sua ação dolorida Não destrói a nossa vida Como outra que a gente sente. Este vidro fere o corpo Mas não fere o coração E nem faz ingratidão Com intuito de rancor, E o amor maior do mundo Deu-me um talho tão profundo, Só Deus sabe a minha dor! O amor quando se acaba Sempre deixa um estilhaço. O amor que eu tinha era falso, Tudo fez pra me ferir. Deixou-me a vida alquebrada, Por isso estou na calçada, Toda a noite sem dormir. Ferraz de Vasconcelos-SP 19.10.90
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 04/07/2008
Alterado em 05/07/2008 Copyright © 2008. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |