José Medeiros de Lacerda

Leia poesia - A poesia é o remédio da alma

Textos

RACISMO E PRECONCEITO
(Apresentado no dia 12.05.2002
em uma cantoria na comunidade
Pitombeiras no município de Sumé-PB)

Acabou a escravidão
O negro foi libertado
Terminou seu sofrimento
No cativeiro amarrado
Prá seguir noutro sentido
O negro sendo excluído
De muitos tipos de pleito
Sempre marginalizado
Desde o tempo do reinado
POR RACISMO E PRECONCEITO.

Tem branco que diz que negro
Tudo que faz é errado,
Já errou no seu discurso,
Devia ficar calado:
Não olha seu próprio lado
Quando ele é quem está errado
Opinando desse jeito
Alguns tentam disfarçar
Mas sempre deixam escapar
SEU RACISMO E PRECONCEITO.
Se branco é imperioso,
Preto tem soberania,
Negro bebe porque gosta,
Branco porque aprecia;
Mas para falar mais franco
Existem pretos e brancos
Que não têm esse defeito;
Doença de branco é “estresse”
Negro é peste, se adoece,
POR RACISMO E PRECONCEITO
Se preto diz arrelia
O branco não fica atrás
Olhando por este lado
Nos erros somos iguais.
Seja qual for o setor
Tem negro perturbador
E branco do mesmo jeito,
Tem branco de pouca fé
Que não gosta de Pelé,
POR RACISMO E PRECONCEITO.

Nas festas e bacanais
Não existe essa disputa
Tem branca muito gostosa
E muita crioula enxuta
Nossa Senhora é branquinha
Mas no Brasil é pretinha
E o povo lhe tem respeito.
Santo de branco é Expedito,
De preto é São Benedito,
POR RACISMO E PRECONCEITO.

Não se pode compreender
Um “Michael Jackson” da vida,
Nascer preto e virar branco,
Fica uma cor esmaecida.
Mumificou sua figura
Vive cheio de atadura
O abominável sujeito.
Quem altera a Natureza
Só pode ser, com certeza,
POR RACISMO E PRECONCEITO.
Na história resumida
Da Sagrada Escritura,
É com o preto no branco
Que se faz assinatura;
Na política outro fato:
É difícil um candidato
Negro ganhar prá prefeito,
Pode ter bom coração
Mas não ganha a eleição,
POR RACISMO E PRECONCEITO.
Na escola a lousa escura
Prá giz branco se usar,
Hoje se usa quadro branco,
Com o preto a lhe rabiscar;
Prá que fazer diferença?
Se no fim da existência
Vira pó qualquer sujeito!
Fica a poesia composta,
Me desculpe quem não gosta,
POR RACISMO E PRECONCEITO.

Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 29/06/2008
Alterado em 01/07/2008
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