SUPERSTIÇÕES
(Apresentado no dia 27.09.2001
no programa Sertão, Verso e Viola da Rádio Cidade de Sumé-PB) Pé-de-pato, mangalô Prá quem é supersticioso Mesmo quem não acredita Sempre fica receoso Ainda bate na madeira Isso é coisa corriqueira Por essa imensa Nação Casa com alma penada Tem botija enterrada ISSO È SUPERSTIÇÃO. Passar em baixo de escada Na pessoa traz má sorte Encontrar com gato preto Não há cristão que suporte Meia noite ou meio dia Dor causa mais agonia Faz efeito maldição Chifre afasta mal olhado Chapéu se guarda emborcado ISTO É SUPERSTIÇÃO. Não se deve contar quanto Dinheiro tem na algibeira Pois diminui o valor Provocando quebradeira; Tem olho amaldiçoado Que acende fogo apagado Só em olhar pro fogão; Arruda espanta quebrando Quebrar vidro causa espanto, ISTO É SUPERSTIÇÃO. A fruta da aroeira Indica chuva no estio, Quando o anúm tá chorando Carão cantando no rio Tudo é experiência De chuva pela ciência Do morador do sertão; A cultura do lugar, Fé e crença popular. ISTO É SUPERSTIÇÃO. Meses e meses a fio Alimentam essa ilusão, No dia de São José, Se tem chuva no sertão. Plantam até com cerimônia Pois sabem que tem pamonha Na fogueira de São João A abelha conhece a flor Que dá mais mel pelo odor ISTO É SUPERSTIÇÃO. Ser poeta e professor É minha religião Quem tem uma profissão Deve abraçá-la com amor. Se este poema agradou Me causa satisfação Pois dei minha opinião Num relato controverso Para descrever em verso O QUE É SUPERSTIÇÃO.
Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 29/06/2008
Alterado em 30/06/2008 Copyright © 2008. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |