José Medeiros de Lacerda

Leia poesia - A poesia é o remédio da alma

Textos

SUPERSTIÇÕES
(Apresentado no dia 27.09.2001
no programa Sertão, Verso e Viola
da Rádio Cidade de Sumé-PB)

Pé-de-pato, mangalô
Prá quem é supersticioso
Mesmo quem não acredita
Sempre fica receoso
Ainda bate na madeira
Isso é coisa corriqueira
Por essa imensa Nação
Casa com alma penada
Tem botija enterrada
ISSO È SUPERSTIÇÃO.
Passar em baixo de escada
Na pessoa traz má sorte
Encontrar com gato preto
Não há cristão que suporte
Meia noite ou meio dia
Dor causa mais agonia
Faz efeito maldição
Chifre afasta mal olhado
Chapéu se guarda emborcado
ISTO É SUPERSTIÇÃO.
Não se deve contar quanto
Dinheiro tem na algibeira
Pois diminui o valor
Provocando quebradeira;
Tem olho amaldiçoado
Que acende fogo apagado
Só em olhar pro fogão;
Arruda espanta quebrando
Quebrar vidro causa espanto,
ISTO É SUPERSTIÇÃO.
A fruta da aroeira
Indica chuva no estio,
Quando o anúm tá chorando
Carão cantando no rio
Tudo é experiência
De chuva pela ciência
Do morador do sertão;
A cultura do lugar,
Fé e crença popular.
ISTO É SUPERSTIÇÃO.
Meses e meses a fio
Alimentam essa ilusão,
No dia de São José,
Se tem chuva no sertão.
Plantam até com cerimônia
Pois sabem que tem pamonha
Na fogueira de São João
A abelha conhece a flor
Que dá mais mel pelo odor
ISTO É SUPERSTIÇÃO.
Ser poeta e professor
É minha religião
Quem tem uma profissão
Deve abraçá-la com amor.
Se este poema agradou
Me causa satisfação
Pois dei minha opinião
Num relato controverso
Para descrever em verso
O QUE É SUPERSTIÇÃO.

Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 29/06/2008
Alterado em 30/06/2008
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